sexta-feira, 19 de março de 2010

Encontro Auto-pessoal

Como nos redescobrimos e nos reinventamos? Como resgatamos dos lugares mais profundos de nosso ser, aqueles desejos, sonhos, preferências e dons que temos e que fazem com que sejamos únicos? Quando passamos muito tempo sofrendo a influência de algo ou alguém, como nos desnudarmos para descobrirmos quem realmente somos?

Como quando temos uma religião por muitas vidas... Como fazemos, um dia, para nos desvincularmos dessa religião, e conhecermos o que somos, como somos e sentirmos a nossa religiosidade da forma mais pura e pessoal? E quando isso extende-se à todo nosso ser?

Como conseguimos deixar de ser o que pensamos ser, para descobrirmos o que realmente somos? Como nos encontramos com nossa essência e deixamos de ser "como nossos pais"?

É essa a minha primeira grande pergunta da minha nova jornada rumo à mim...

1 comentários:

Anônimo disse...

Superinteressante. Há um livro do Nietzsche que gira exatamente em torno dessa mesma questão: "Schopenhauer educador".
Ele inicia com uma consideração sobre a natureza dos homens, caracterizados como sendo, em sua maioria, mais preguiçosos do que timoratos, uma vez que temem os seus vizinhos por temerem, antes de mais nada, os aborrecimentos impostos pela total honestidade do todo único e irrepetível que se é - motivo pelo qual se escondem em costumes e tomam “modos emprestados e opiniões postiças” (Co. Ext. III, §1).
Aquele que busca ser o que é, afirma Nietzsche, deverá libertar-se das “cadeias da opinião corrente e do medo”, e matar, na esperança de contribuir para o momento da “autêntica emancipação da vida”, o tempo de uma época que, governada pela “raça dos conformistas da opinião”, coloca sua salvação nas opiniões recebidas. Mas, ainda que não haja esperança, continua o filósofo, nossa singularidade nos encorajaria a viver “segundo a nossa própria lei e conforme a nossa própria medida”, uma vez que “queremos agir como os verdadeiros timoneiros desta vida e não permitir que nossa existência pareça uma contingência privada de pensamento”, assumindo, assim, diante de nós mesmos, “a responsabilidade por nossa existência” e a construção do nosso próprio caminho no mundo. Assim, porque busca ser o que é, Nietzsche formula a questão: “Mas como nos encontrar a nós mesmos?” (Co. Ext. III, §1).

Postar um comentário